Introdução à História do Tocantins

Introdução à História do Tocantins

Introdução à História do Tocantins

No período minerador (século XVIII) o norte de Goiás era sinônimo de riqueza, segundo o historiador Luís Palacín. Mas, com a decadência da mineração e o advento da pecuária, o sul do estado, por se encontrar mais próximo da desenvolvida região sudeste, depois de um longo período de estagnação, passou a prosperar, ao contrário do norte do estado que mergulhou numa profunda estagnação econômica e a situação se inverteu. O norte passou a ser sinônimo de abandono, miséria e pobreza, ficando praticamente esquecido pelas autoridades que governavam o estado a partir da distante capital Vila Boa de Goiás. Isso gerava um descontentamento gigantesco nas elites econômicas e políticas daquela vasta e abandonada região.
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Vila Boa de Goiás - Fundada no século XVIII pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva Filho, que lhe deu o nome de Vila Boa de Goiás, a cidade foi próspera enquanto havia riqueza na época do ciclo do ouro. Era a capital do estado até meados de 1930.
            Antes da chegada dos europeus ao continente americano, a porção central do Brasil era ocupada por indígenas do tronco linguístico macro-jê, como os acroás, os xacriabás, os xavantes, os caiapós, os javaés etc.[8]
            Descobertas as Minas Gerais de um lado e as minas de Cuiabá, de outro, no século XVII, uma ideia renascentista (a de que os filões de metais preciosos se dispunham de forma paralela em relação ao equador) iria alimentar a hipótese de que, entre esses dois pontos, também haveria do mesmo ouro. Assim, foram intensificadas as investidas bandeirantes, principalmente paulistas, em território goiano, que culminariam tanto com a descoberta quanto com a apropriação das minas de ouro dos índios goiases, que seriam extintos dali mais rapidamente que o próprio metal. Ali, onde habitava a nação Goiá, Bartolomeu Bueno da Silva fundaria, em 1729, o Arraial de Sant'Anna.[1][9]
            Pouco mais de uma década depois, em 1736, o local seria elevado à condição de vila administrativa, com o nome de Vila Boa de Goyaz (ortografia arcaica). Nesta época, ainda pertencia à Capitania de São Paulo. Em 1748, foi criada a Capitania de Goiás, mas o primeiro governador, dom Marcos de Noronha, o Conde dos Arcos, só chegaria ali cinco anos depois.
            Com ele, instalou-se um "Estado mínimo" e, logo, a vila transforma-se em capital da comarca. Noronha manda construir, então, entre outros prédios, a Casa de Fundição, em 1750, e o Palácio que levaria seu nome (Conde dos Arcos), em 1751. Décadas depois, outro governador - Luís da Cunha Meneses, que ficou no cargo de 1778 a 1783-, cria importantes marcos, fazendo a arborização da vila, o alinhamento de ruas e estabelecendo o primeiro plano de ordenamento urbano, que delineou a estrutura mantida até hoje.
            Com o esgotamento do ouro, em fins do século XVIII, Vila Boa teve sua população reduzida e precisou reorientar suas atividades econômicas para a agropecuária, mas ainda assim cultural e socialmente sempre esteve sintonizada com as modas do Rio de Janeiro, então capital do Império. Daí até o início do século XX, as principais manifestações seriam de arte e cultura, com sarais, jograis, artes plásticas, literatura, arte culinária e cerâmica - além de um ritual único no Brasil, a Procissão do Fogaréu, realizada na Semana Santa.
            Entretanto, a grande mudança, que já vinha sendo ventilada há muito tempo, foi a transferência da capital estadual para Goiânia, nos anos trinta e quarenta, coordenada pelo então interventor do Estado, Pedro Ludovico Teixeira. De certa forma, foi essa decisão que preservou a singular e exclusiva arquitetura colonial da cidade de Goiás.
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                Na metade do século 17, missionários católicos conseguem aculturar os índios do baixo, alto e médio Tocantins, através dos aldeamentos, agrupando os nativos sobre o controle da igreja, por essa época, são criadas as entradas bandeiras para percorrer os sertões da colônia a procura de índios para trabalhar nos engenhos e nas lavouras do litoral.
                Com a utilização do boi como tração animal, a pecuária se expande para o interior e o vaqueiro passa a contribuir com a expansão geográfica do Brasil. É o vaqueiro que encontra ouro na região de Natividade, que passa a ser explorado pelos bandeirantes com a utilização de escravos trazidos da África (Natividade chega a ter 40 mil escravos no ano de 1730, sendo o maior núcleo urbano do território goiano, maior inclusive que Vila Boa, hoje cidade de Goiás).
                Os primeiros sinais de descontentamento dos futuros tocantinenses começaram a se manifestar ainda no período da mineração, quando a carga tributária cobrada do norte passou a ser maior que a do sul da capitania, segundo as autoridades de Vila Boa, por haver mais abundância de ouro no norte. Os mineiros ameaçaram se rebelar contra o governo sulista e se unir à capitania do Maranhão.
                Já durante as lutas de independência do Brasil, parte da elite goiana, com interesse nas áreas mais ao norte da província, procura estabelecer um governo autônomo na região do atual estado do Tocantins. Foi o Movimento Separatista do Norte, capitaneado por Joaquim Teotônio Segurado. Era uma forma de protestar contra o abandono por parte das autoridades de Vila Boa.
                No final do período imperial, o Deputado do Império Visconde de Taunay chegou a propor, sem sucesso, por duas vezes, em 1873 e 1879, a criação da Província de Boa Vista do Tocantins.
                Em 1880, o deputado da Província do Pará João Cardoso de Meneses e Sousa, apresentou um projeto ao Parlamento do Império que propunha a criação da Província do Norte, anexando partes do Pará, Maranhão e Goiás. O projeto foi rejeitado por pressão das três províncias, que não aceitaram ceder seus territórios.



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